No início do ano, meus alunos do 7º e 8º ano fizeram uma pequena revisão dos conteúdos anteriores, para depois iniciar o conteúdo do ano vigente, mas mesmo na revisão percebi que eles tinham dificuldade nas quatro operações, principalmente em multiplicação e divisão. Depois de um teste de diagnóstico simples, minha suspeita se confirmou. Dias depois levei à coordenação da escola a idéia de dar duas horas de aula no sábado para cada uma das turmas. A coordenação de imediato aceitou, mas alertou que provavelmente os alunos não gostariam da idéia de ir à escola no sábado.
Então selecionei os alunos que tinham maior dificuldade, expus a situação e propus a sua presença na aula de sábado. Todos aceitaram, e ainda foram, no primeiro dia, mais alunos que os que eu tinha selecionado.
A aula no sábado propicia explorar as dificuldades do aluno, sem ter que obedecer um conteúdo programático pré-estabelecido.
Alguns profissionais podem pensar que o incentivo salarial da classe é insuficiente para permitir essas atitudes, mas enquanto esse pensamento predominar, nossa sociedade como um todo estará comprometida, pois se nós, professores, não sentirmos satisfação em ensinar, por quê os nossos alunos sentiriam satisfação em aprender, em estar na sala de aula?
Nosso pensamento deve ir além das dificuldades enfrentadas por nós, devemos imaginar quantos adolescentes estaremos tirando das ruas, quantos adolescentes estarão deixando de seguir o caminho da marginalidade porque sentiram que seu professor acreditava nele, e que, mais do que isso, se esforçava por ele
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